29 novembro, 2007

Exorcismo

E é aqui que afasto os meus fantasmas e demónios....


"13-02-2002

Faltam quinze minutos para a uma da manhã e é-me impossível dormir... A dor não me deixa.
Faz hoje um ano, pelas nove da manhã que te vi pela primeira vez. Estava à tua espera em frente ao estádio, em frente à bomba. Esperei cinco minutos e então chegaste. Fomos para o jardim e logo após a atravessarmos a estrada queixaste-te que ainda nem um beijo te tinha dado, o que ainda levou um quarto de hora para acontecer.

Lembro-me de te sentares bem perto de mim, no banco do jardim, passares a tua mão pela minha cara e me dizeres, pela primeira vez, olhos nos olhos, que me amavas..."

12 novembro, 2007

Nevoeiro

Houve alguém que cantou, "ris e dás-me a volta a cabeça".

Não precisaste de o fazer, bastou-te aparecer e de repente tudo fez sentido. Talvez só o tenha feito na minha cabeça, talvez tudo isto só tenha acontecido dentro da minha cabeça, talvez não tenha sido mais que fruto de uma imaginação hiperactiva, talvez, tu, não passes de um produto da minha imaginação..

Tens demasiadas entrelinhas para que te consiga ler, tornas-te num exercício de reflexão livre, sobre o qual não consigo chegar a nenhuma conclusão, apesar de todo o sentido de que falei há pouco.

De súbito, quase, não consigo escrever. Não dá para manter uma linha de pensamento, perturbas-me as emoções e o sentimento. Eu que gosto, que prefiro andar no chão, com os pés bem cá em baixo para não me perder, sinto-me meia perdida e confusa, a perder o norte ou, talvez, a querer perdê-lo.. Talvez tudo isto não passe de uma vontade escondida de voltar ao que fui, talvez sejas apenas o catalisador, o dedo que ligou o interruptor de tudo aquilo que estava preso e escondido durante tanto tempo.


Parece-me que voltaram os sonhos acordada, aquela dor que não é bem dor, é receio andar para frente, para o desconhecido.Há quem diga que só tem medo daquilo que conhece, mas a mim o que me assusta é o que está ao virar da esquina, do outro lado do túnel.


O que me assusta, és tu..

07 novembro, 2007

Pediste-me que te pintasse numa noite em branco…

Encheste-me de tintas das mais vibrantes cores, e eu sei que das cores não se retira branco, mas não ia dizer que não, não a ti…
Fiz misturas e lutei para não te questionar como me transformaste assim, a mim, mas tive medo que me dissesses que eu sou assim...
Afastei-me, contra vontade, na certeza que te ia desiludir, coberta de tinta e longe de te ter em branco. E de repente percebi! Não foram tintas o que me deste, foram reflexos. Por isso não foi em branco que me pintaste, foi luz que incidiu.
E eu que lutei contra reflexos nos quais prevaleciam e se demoravam fragmentos de um momento e da sua luz, percebi...
Pinto-te numa noite em branco a cada gesto que me distancio de ti, deixando-te com a noite saturada em cor e tintas como espelhos para a mascarares…


Baccis*

=D EnJoY!