Impotência ou Incapacidade?

Muito no mesmo espírito do post da Xinola e, retomando o assunto típico de Janeiro: As resoluções de Ano Novo, ou melhor as análises do ano que expira.

Nos últimos dias do ano é comum analisar-se o rumo que a nossa vida tomou, apreciando minuciosamente todos os altos, baixos e médios. Com base nessas conclusões esboçam-se os famosos e previamente referidos, Evangelhos segundo aquele que acha que tem que mudar; Evangelho segundo aquele que sente que tem de mudar; Evangelho segundo aquele que se não arranjar nada para querer mudar não transita para o ano seguinte; e por aí em diante, num rol infindável de opções conforme os credos.

Nada disto seria assunto para reflectir num blog se [a-ah! pois é, SE] isto não tendesse para um ciclo vicioso um tanto ao quê ridículo! Passo a elaborar: O pessoal reflecte afincadamente sobre 365 dias da sua vida numa janela temporal que vai de 1 a 72 horas [só esta relação entre o vivido e o analisado dava um post! LOL], dessa ponderação, pessoalmente, considero que as decisões que dela são consequência verdadeiras pérolas de sabedoria PoP [efémeras como bolas de sabão]. Mas também não é aqui que incide a minha questão, mas sim na forma como as pessoas tendem a analisar as coisas e os anseios que movem as suas decisões.

Vejamos, temos todos a tendência a começar pelo que correu menos bem e [tal e qual sundae] pôr-lhes por cima, para finalizar e sentirmos que afinal não foi assim tão mau, as natas e a cereja de tudo de bom que dele [o ano] adveio. Contudo... não está na organização das ideias, mas sim no ângulo em que se abordam as coisas. Para começar, o mau é sempre fruto de situações descritas como impostas por 3ºs, sobre as quais não temos nenhum poder de decisão, as coisas boas, por outro lado, são sempre recompensas karmicas das boas acções que se praticam. [Tenham dó!!!] Mais selvático torna-se a forma como nos insurgimos contra a passividade e resolvemos que “é desta que tudo vai mudar” [de certezinha que si!!! LoL]. E, eis que, este ímpeto desperta, sem demora nenhuma, a ordenação de uma série de desculpas e justificações que apresentamos a nós próprios, ilustrando o porquê da falácia das nossas resoluções... Isto irrita-me! Esta passividade tira-me do sério, cansa-me ouvir essa conversa que poderia intitular-se “deixa-me ver se a minha a minha conversa cola e alguém se compadece da minha impotência”, nestes momentos sinto-me a grilhões na minha própria vida.

E pergunto-me, seremos impotentes de gerar/impulsionar as mudanças que almejamos? Será impotência ou somos simplesmente incapazes de tomar a iniciativa para fazer seja o que for? Tornámo-nos assim tão ociosos?

Costuma dizer-se que vivemos na época do “fast-life”, não temos tempo para desperdiçar e precisamos de soluções rápidas, simples e eficazes! Mas desde quando é que, para viver de acordo com o que aspiramos, o tempo que precisamos para nos metamorfosear, assim como os sacrifícios a que nos submetemos, é desperdício?

EnJoY!
8)