19 julho, 2006

Confissões de um exílio voluntário... [PRIVADO]

[ATENÇÃO: Este post dirigido aos leitores deste blog que me são próximos porque não é mais que um devaneio pessoal, eu a divagar sobre o que me veio à mente no momento, que disponibilizo online sobre a pena de interpretações incorrectas do que escrevo, porquê? PORQUE ME APETECE! ]

Uma semana de férias na companhia de mim! Uma espécie de exílio requisitado pela necessidade de me encontrar. Até há bem pouco tempo não sabia que me tinha perdido no caminho, mas algo bramia nos confins do meu ser que começou a fazer-se ressoar em mim e, na tentativa de calar tal algazarra, descobri que não encontrava a parte de mim que bradava...
Assim, a monte no meu “Silver”, vim para o sítio onde durante anos tentei antever-me com a idade que tenho hoje. Como seria a minha vida? O que já teria feito? Em quem me tinha tornado?
Hoje aqui me encontro, cerca de 13 anos depois de inocentemente observar estas mesmas estrelas na tentativa de descortinar os segredos da minha vida que pudessem guardar. Tantos desejos, tantas conjecturas, algumas perto, outra longe de quem aqui está hoje, mais uma vez a olhá-las, mas agora em busca de mim mesma.
Ninguém reage com naturalidade quando lhes digo que vim passar uma semana aqui sozinha. Fica suspensa a desconfiança de que algo mais se esconde, um amante, um plano que quero manter em segredo, alguma metamorfose muito à irmãos Grimm... mas não, sou só eu que tenho saudades minhas. Provavelmente hão-de haver momentos na vida em que vou estar só, ou no mínimo sentir-me assim. A diferença é que aqui estou só porque escolho, o poder de escolha faz toda a diferença neste caso, não?
Agora à contextualização da coisa: Acabei de me licenciar, cumpri com o meu plano de estudos q.b. e preparo-me para embarcar noutra jornada que tem regras ligeiramente diferentes que a condicionam e não temo (vivam os destemidos!). Daí a minha necessidade de olhar para mim e avaliar-me minuciosamente porque nem sempre as coisas acontecem por mero acaso (ou raramente), podemos não ser senhores do nosso destino, o controle que temos sobre as nossas vidas pode ser uma mera miragem que esconde a inevitabilidade do futuro, mas mesmo não decidindo o nosso destino, podemos escolher a viagem que fazemos até lá, ou pelo menos eu gosto de acreditar que sim.
Quero que saibam que levei em consideração todas as acusações (fundamentadas e infundamentadas) que me foram chegando aos ouvidos (raramente pela boca dos próprios, e por isso também o crédito que lhes dou é q.b. com a situação) e tenho a dizer às pessoas que andam para ai a promover as suas versões de quem sou: Vocês acreditam mesmo nisso ou conseguem convencer-se ao partilhar essas «interpretações» com os demais, em busca de assentimento? Não desfazendo, ou retirando a vossa razão! Têm todo o direito de me interpretar como quiserem e partilhar a vossa opinião com quem consideram que devem! E não, não espero que me respondam, nem aqui, nem de outro modo. Vou lá eu querer que me digam o que pensam (além de que, no meu entender, “vocês” até nem pensam nada disso porque o «diz que disse» já deixou de ter créditos aqui). Mas adiante porque para quem não leva esses rumores em atenção já lhes dispensei demasiadas linhas.
Confesso que me considero a principal responsável por esta sensação de desfasamento com o meu eu! Confesso que comecei a ponderar demasiado a maneira como afecto os que me rodeiam e, na vã tentativa de não lesar aqueles de quem gosto, acabei por não ser verdadeira comigo! Confesso que dei prioridade máxima à conclusão do curso e retardei tudo o que mexeu comigo nos últimos meses e que podia comprometer o meu desempenho escolar (embora a acumulação de situações acabasse por se expressar de qualquer modo) e que por isso muitas vezes não apoiei quem precisava de mim como queria. Confesso que pensei em fechar esta fase da minha vida com uma mudança radical, por estar ressentida com demasiadas coisas e farta de me desiludir com o que me rodeia. Confesso que nunca pensei que fossem “estas” as pessoas que mais me iam apoiar porque sei que a vossa vida não está fácil. Confesso que não pensei designar novamente por “irmãos” muitos a quem hoje assim chamo. Confesso que gostava de conhecer mais pessoas dispostas a assentar a cabeça no “poial” do carrasco e a reconhecer a legitimidade do machado que os deceparia, sem temer... Confesso que adoro o gang dos destemidos! Confesso que ainda posso dizer que, olhando para trás, não mudava nada porque não abdicava do que ganhei para o que perdi. Confesso que me senti renitente em fazer este post pessoal porque a minha querida Fu também sentiu o ímpeto de personalizar e direccionar um post a todos aqueles que estão próximos do seu GIGANTE coração! Mas já que ninguém lança o pânico com comentários, de vez em quando surge-nos a necessidade de expor os nossos “anseios profundos”!
Confesso que este post é direccionado para um público restrito e por isso, desde já, as minhas mais sinceras desculpas a todos os leitores deste blog que não estejam contextualizados para perceber do que falo. E não se apoquentem porque retomarei o lançamento do pânico já no próximo post! Até lá...

EnJoY!
=D

<$BlogItemCommentCount$> comentário(s):

Blogger Vera Martins said...

Enquanto lia o teu post, um sorriso inconsciente aflorou-me nos lábios... A maneira como te sentes e sentiste é-me extremamente familiar...

A procura e a perda constante do nosso eu e do nosso caminho, que quando menos esperamos tem uma pedra gigantesca no meio, que nos obriga, ou a mudar de rumo, ou a encontrar as forças suficientes para a transpôr, destemidos como somos... ;)

A sensação que temos, por vezes, de ser criaturas estranhas e diferentes num mundo ( o nosso pequeno mundo por exemplo)que prima pela carneirada da mediocridade e ordinariedade...

Mas tudo isto faz parte de quem evolui e tem realmente prazer em fazê-lo... De quem admite que comete erros e os reconhece como tal, e a partir dos mesmo cresce como ser humano...

Antes e mil vezes estas sensações que nos atingem e nos fazem usar essa capacidade inata e tão bonita que é pensar, do que a dormência dos dias e modos de ser e estar iguais, dia após dia, ano após ano, vida após vida....

11:11 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Todos nós sentimos necessidade de nos afastar... um dia esse sentimento é mais forte... e o exílio acontece...

O que tenho a acrescentar é:
- " VIVA AOS DESTEMIDOS", porque são valentes e coragosos para tomar decisões deste tipo, de parar um dia, uma semana... o tempo que for possível para dar de cara com eles mesmos.

um brinde ;)

8:32 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home