18 junho, 2006

Quem não deve, não teme! E vivam os destemidos!!!

Mas vamos lá ver, afinal quem é que não deve?!?

É impressionante, temer está tudo pronto para negar, mas são capazes agora de me dizer que não devem nada a ninguém??

Mentirinhas!!! Ah! Ah!

Querem ver que devemos? Até nos discursos mais bonitos e eloquentes sobre liberdades, a todos os níveis que se possam lembrar, se esconde o dever por trás do direito! Não estão vocês também cansados do discurso do “sê fiel a ti próprio!”; “Vive a vida!” e [dos meus clichés predilectos] “Carpe diem!” ?
O que são assim tão mais as nossas convicções que deveres que impomos a nós próprios no caminho para nos tornar-mos aquilo a que almejamos?
Quais imposições sociais, quais padrões de conduta moral! Se fossemos fies a nós próprios a única coisa que fazíamos era comer, dormir, defecar e “procriar” indiscriminadamente!
Devemos porque tememos, porque [dizem] que somos animais capazes de racionar no abstracto, elevando-nos acima dos comportamentos complexos e levamos a vidinha toda a metamorfosear-nos ao sabor das nossas próprias modas e depois chamamos-lhe “sistema”, responsabilidades... bahhhh!!!

Não será que andamos a papar o discurso ao contrário?

Vejamos, a sociedade é um construído humano, um sistema de comportamentos e acções inculcados por várias fontes, que, aspirando ao respeito comum, compreende a individualidade de cada um, não comprometendo a identidade do todo. Como é óbvio precisam-se de regras: direitos e deveres; que garantam que o sistema não se isole e se auto-destrua. No entanto, já que o construído humano evolui, as sociedades idem, porque é que os direitos e deveres não se actualizam em uníssono com eles? Porque a malta é caguinchas!! Porque não damos às nossas trivialidades o destaque que elas merecem e depois confortamo-nos com “são as regras!” quando a ideia era que o cumprimento de deveres e a exigência de direitos fossem uma atitude altruísta, provida de sentido e consciência!!

Resultado: Se há predisposição para dever, há predisposição para temer!

E, só para que se fique bem claro [porque a semântica é lixada]:


Temor: s. m., medo; susto; pavor; terror; receio; sentimento profundo de reverência ou respeito; fig., pessoa ou coisa que causa medo; pontualidade; zelo; escrúpulo.

Como vêem, até temer pode significar coisas boas! É só uma questão da escolha consciente ou inconsciente!

Mas eu prefiro tentar destemer!

Destemor s. m., falta de temor; intrepidez; arrojo; coragem.

Porque ia tão bem agora deixar de ser o que devo a mim e aos outros para ser o que tenho que ser e, através da racionalidade, cumprir com os deveres providos de sentido, usufruir dos direitos que permaneçam e deixar que a sorte decida o resto, que eu depois questiono-me sobre o que ela me trouxer... SEM TEMOR!

A génese do medo somos nós próprios!

EnJoY!
=D

definições retiradas de: PRIBERAM INFORMÁTICA - LÍNGUA PORTUGUESA ONLINE via www, disponível em URL: http://www.priberam.pt/dlpo/dlpo.aspx

<$BlogItemCommentCount$> comentário(s):

Anonymous Anónimo said...

bem miúda, de quem te conhece há muito...andas a escrever umas coisas em "catitas" :P
a minha visão do medo...e, fazendo o belo "2 em 1"...
Aprendi, infelizmente há pouco tempo e às minhas custas, que sou quem sou e só devo explicações a mim própria...não temo nada que venha de ser aquilo que sinto e penso e marimbo-me naquilo que os X e Ys que por aí andam pensam...a hipocrisia é por vezes um mal necessário naquilo que se pode chamar a nossa vida profissional e adulta (isto se não kisermos viver do desemprego) mas nunca é, pelo menos para mim, uma opção no que toca à parte pessoal - só gosto de quem gosto!
Arrependo-me de coisas que não fiz - o que se pode classificar de medo e até mesmo de hipocrisia, afinal de contas não fui muito honesta comigo mesma se não fiz o que tinha vontade...mas a vida é para viver e se passarmos demasiado tempo a pensar nela kando vamos a ver o tempo passou e pensámos mas não fizemos...como diz a minha querida mana de outras vidas...enjoy!

10:06 da manhã  
Blogger Vera Martins said...

ora, ora... óptima reflexão... Quem de nós não teme?? quem de nós não deve?? AH POIS É BÉBÉ! TODOS NÓS!
Se as mentalidades evoluissem à velocidade da tecnologia, por exemplo, viveriamos numa sociedade muito mais coerente, menos hipócrita (mesmo ao nível profissional) e muito mais humana, já que sente e não teme também entende que o próximo assim seja!
De que vale sermos uma elite de livre pensadores... a quem os constrangimentos da vida também atingem (enquanto não se der a evolução será sempre assim, já que a liberdade total em sociedade acaba por ser ilusória), se na hora de mudar algo, ou de motivar alguém, somos barrados pela parede dos pensamentos dessa mesma pessoa?
O problema de mudar mentalidades é que não querem ou não conseguem ainda fazê-lo! Ou seja, estão num patamar muito abaixo! Não aprenderam quando o deveriam ter feito e depois andam por aí a empacar a vida dos outros!
LOL

11:42 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Pois é, a Odete Santos já pode dormir descansada...e se tu agora resolveste vir lá desse fundo do fim do Mundo para abalar os alicerces das nossas consciências é porque algo te anda a incomodar ou então estás de férias...das duas uma. Mas falando mais a sério (porque o "teu" blog assim me obriga) que é para isso que aqui vim, se todos fôssemos fiéis a nós próprios e aos nossos pensamentos (mesmo os mais recônditos) era uma tremenda seca(???). Tú até me vais entender bem, que até eras uma daquelas "passivas", se bem estás recordada dos tempos do Secundário em que as loiras falavam e tu...não reagias. Devias ou temias? Será que, conforme vamos crescendo (diferente de evoluíndo), vamos ficando mais soltos ou destemidos? Será que alguns de nós (os iluminados)acordam para a vida e das amarras das regras impostas pela sociedade? Existe mesmo o pensamento livre e arbitrário? Há quem lhes chame devaneios de quem não tem nada para fazer. Para esses, tenham medo, tenham muito medo!
As perguntas juntam todas o peso do mundo vs. a gravidade da realidade. É como por aqui e por aí fora. Nunca há o que queremos. Por muito que sejamos ou por muito que tentemos. E isto é dito sem amargura ou resignação. É mais dito sem apego.

Fica bem, Babi.

3:16 da tarde  

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